“O que é pra ser são as palavras”. A frase anterior, que a artista Ana Teixeira atribui a Guimarães Rosa, é para ela muito significativa. Crescida em uma família onde a literatura e o cinema eram essenciais, a construção de uma relação forte com o objeto ‘palavra’ foi, para ela, inevitável e progressiva. Alguns desdobramentos disso estão presentes na exposição É tarde, mas ainda temos tempo, individual da artista no Centro Universitário Maria Antônia, em São Paulo.

A curadoria de Galciani Neves reúne também trabalhos inéditos de Ana, como Cala a boca já morreu, uma outra versão dele foi apresentada também na coletiva referente ao 7º Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça — do qual a artista foi uma das 30 finalistas –, sediada no MAB-FAAP entre setembro e outubro do ano passado. Para a sua individual, ela passou dez dias desenhando mais de 40 mulheres em uma das paredes do espaço expositivo, mulheres essas que seguravam cartazes com falas como “Chega de padrões”, “Eu não sou louca, eu tenho opinião”e “Sua opinião sobre meu corpo é sua”.

“Jogar com as palavras é uma coisa que me atrai. Eu acho que a palavra geram desdobramentos que me interessam muito, porque ela gera provocações”, conta Ana.


É tarde, mas ainda temos tempo, de Ana Teixeira
até 2 de fevereiro de 2020
Centro Universitário Maria Antonia: Rua Maria Antônia, 258/294 – Vila Buarque, São Paulo – SP
Mais informações: (11) 3123-5202

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