Em 18 de maio celebra-se o Dia Internacional dos Museus. Para marcar a data, o Conselho Internacional de Museus no Brasil (ICOM BR) publicou uma carta aberta à comunidade museológica brasileira. A data foi criada em 1977 junto com o ICOM, órgão que integra a UNESCO.
No documento, o ICOM ressalta a importância das instituições culturais no presente, acolhendo os cidadãos e voltando suas ações para bem-estar coletivo, em um movimento considerado “imprescindível e urgente”. O Conselho destaca os museus como “instituições contemporâneas relevantes e potentes, atuantes na preservação e pesquisa dos seus acervos e na comunicação com seus públicos”. Ainda mais agora, em meio ao pico da pandemia da Covid-19 no Brasil, quando as mortes em decorrência da doença infecciosa ultrapassam os 16 mil.
A mensagem transmitida pelo ICOM no Dia Internacional dos Museus também presta homenagem aos trabalhadores em funções imprescindíveis, como conservação, segurança e manutenção, que não podem seguir o isolamento recomendado e cujo trabalho ajuda a proteger nosso patrimônio. Seguindo as orientações da OMS, os museus seguem fechados e enfrentam obstáculos para minimizar perdas econômicas e ao mesmo tempo manter suas equipes intactas – evitando até quando possível as demissões do seu corpo de trabalho, como infelizmente ocorreu no MET, em Nova Iorque, no final de abril.
Por conta das turbulências do período, o ICOM frisa a potência dos museus em ajudar a população a resistir ao momento, “ativando memórias, lembrando quem realmente somos e quais nossos valores; registrando o presente, os desafios do cotidiano em confinamento, os lutos, e a grande transformação social que estamos vivendo”.
No fim da carta, o conselho chama atenção para a necessidade das instituições de repensar sua função no pós-crise, ressaltando a urgência na reconfiguração da “experiência museológica para a comunidade, na comunidade, com a comunidade, de forma socialmente inclusiva e economicamente sustentável”, complementando que “não há mais como existir sob o lastro de uma elite social, a espera de financiamento público”.
Há algumas semanas, a arte!brasileiros lançou uma série de entrevistas – que continua a ser trabalhada, com novos capítulos a cada 15 dias – onde conversamos com diretoras e diretores de instituições culturais brasileiras para abordar questões como as levantadas pelo ICOM. Confira as entrevistas com Jochen Volz, Eduardo Saron e Ricardo Ohtake.
Leia a carta do ICOM na íntegra neste link.