Um incêndio no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG atingiu uma das partes mais importantes do acervo da instituição, segundo a diretora pro tempore Mariana de Oliveira Lacerda. De acordo com o Corpo de Bombeiros, as chamas começaram na madrugada e as causas ainda não foram identificadas. Lacerda, entretanto, informou à imprensa que o prédio atingido tem monitoramento, detecção de fumaça e teve a fiação trocada em 2013.
A seção afetada abrigava três salas da reserva técnica, que recebe as obras do museu não expostas no momento e destina-se principalmente às finalidades acadêmicas e projetos de ensino desenvolvidos pela graduação e pós graduação da UFMG. Entre as coleções guardadas no prédio atingido estão as de paleontologia, arqueologia, biologia, alguns acervos de zoologia e de entomologia (estudo dos insetos).
Ao jornal O Estado de Minas, a diretora afirmou que “agora é hora de arregaçar as mangas e fazer o que precisa ser feito, entender melhor a situação. O museu tem todas as medidas necessárias para enfrentar esse problema. Todos os pesquisadores e cientistas já estão envolvidos e comprometidos com a próxima etapa que vai ser justamente recuperar e entender qual foi o dano causado”.
Com uma área de 600 metros quadrados no Bairro Horto, na região leste de Belo Horizonte, o museu foi instalado em 1969, depois que a área pertencente a uma fazenda foi desapropriada no início do século e adquirida posteriormente pelo governo do estado. Entre os 265 mil ítens que compõem o acervo da instituição está o Presépio do Pipiripau, obra do artesão Raimundo Machado que é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O presépio é composto por 586 peças móveis, distribuídas em 45 cenas que contam, através do cotidiano de uma cidade, a vida de Jesus Cristo. Como estava em exposição, a obra não se encontrava no acervo e não foi atingida.
Pouco depois do ocorrido, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) entrou em contato com a Coordenadora da Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG, Letícia Julião, e enviou o protocolo de mitigação de danos, desenvolvido à época do incêndio do Museu Nacional do Rio (UFRJ) para as providências imediatas.
Para o emprego de uma força-tarefa para a atuação no salvamento dos bens atingidos, o Ibram também disponibilizou informações do seu banco de dados de cadastro de voluntários. Em nota pública, o instituto cobrou também uma identificação rápida das causas do incêndio para que os problemas possam ser enfrentados de forma eficiente, dando eficácia à proteção do patrimônio cultural.
Saiba mais sobre o cadastramento de voluntários aqui.