Ensaios para o Museu das Origens

Ensaios para o Museu das Origens, ampla exposição que ocupa o Instituto Tomie Ohtake e o Itaú Cultural até janeiro, revisita e atualiza a proposta revolucionária apresentada pelo crítico Mario Pedrosa em 1978, depois que um incêndio destruiu o Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. Diante da crise sem precedentes enfrentada pelo museu, cuja necessidade de reconstrução corporificava o anseio de atualização em relação à produção hegemônica dos grandes centros, Pedrosa segue em direção singular. Ao invés da apostar na quimera de mais um projeto de vanguarda defendido pelas elites locais, volta-se para os lugares, as identidades e os elementos constituintes de uma identidade múltipla, invisibilizada e prenhe de referências a um conturbado e incompleto processo de formação nacional. Ao invés de locus de reverberação e reafirmação da alta cultura, ele concebe um modelo de museu plural, em movimento, estruturado em cinco grandes eixos: os museus do Índio, do Inconsciente, da Arte Moderna, do Negro e das Artes Populares. Os dois últimos ainda nem existiam de fato e, embora os três primeiros já funcionassem, viviam em situação precária naquele momento, no final da ditadura militar.

Popup Responsivo

Deixe um comentário

Por favor, escreva um comentário
Por favor, escreva seu nome