Vladimir Herzog
Vladimir Herzog entrevista Helene Weigel em 1965, Londres. Foto: Cortesia Acervo Vladimir Herzog.

Mais 1700 itens do Acervo Vladimir Herzog serão disponibilizados em uma plataforma digital a partir do dia 26 de junho. São fotografias, correspondências e outros elementos que fazem parte da trajetória profissional e pessoal do jornalista e intelectual. 

O lançamento ocorre na comemoração ao 83º aniversário de vida de Vlado e pretende preencher uma lacuna histórica, disponibilizando à sociedade sua obra e vida para além de seu trágico assassinato por agentes da ditadura militar em outubro de 1975.

Em decorrência da estreia virtual do acervo, o Instituto Vladimir Herzog fará uma live, também no dia 26 de junho, com participação de Rogério Sottili (diretor executivo do Instituto), Ivo Herzog (presidente do Conselho do Instituto e filho de Vladimir), Luis Ludmer (coordenador técnico do Acervo Vladimir Herzog) e Bianca Santana (jornalista e escritora).

O projeto tem apoio do Itaú Cultural, cuja parceria anterior foi a Ocupação Vladimir Herzog, mostra exibida no Itaú Cultural com público total de 98,5 mil pessoas, recorde para o ano de 2019. 

Entre os itens que compõem o acervo estão tanto a documentação pessoal – preservada por mais de quatro décadas por esforço da família de Vlado -, quanto outros materiais mapeados por pesquisadores em mais de 20 instituições e acervos públicos e privados.

Além de mais de mil fotografias, muitas delas registradas pelo próprio Herzog como pesquisa documental, também podem ser conferidas 78 matérias escritas ou editadas por ele ao longo da carreira; 131 periódicos da Revista Visão, da qual Vlado foi editor; mais de 60 cartas escritas e/ou endereçadas a ele; e uma série inédita em parceria com o Museu da Pessoa com 12 depoimentos de familiares e amigos do jornalista, entre eles a viúva Clarice Herzog, o cineasta João Batista de Andrade e o arquiteto Ruy Ohtake. 

A plataforma levou dois anos para ser erguida, entre pesquisa e organização, seguindo rigor arquivístico, fazendo uso de descritores bibliográficos, dados contextuais e textos que amparam o usuário na navegação e na consulta. Nela todos os itens são apresentados de forma didática, agrupados por tipos de documentos ou atividades exercidas por Herzog. 

“Lançarmos o acervo neste momento é também um gesto simbólico de enfrentamento ao revisionismo histórico e de negação dos horrores promovidos pela ditadura militar no Brasil”, afirma Rogério Sottili, diretor executivo do Instituto Vladimir Herzog. Complementa que: “Essa ação faz parte de um projeto maior do Instituto que é promover a memória, a verdade e a justiça – para que possamos conhecer nosso passado e assim romper com os ciclos de violência que se perpetuaram em nossa história”.

 

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