Após passar pela SP-Arte, mostrando seus trabalhos no setor Solo, com a Galeria OÁ, Rafael Pagatini desembarca em Berlim para uma exposição individual no European Center for Constitutional and Human Rights, a partir do dia 18 de maio. Na abertura da mostra, o artista conversa com Renata Campos Motta (Freie Universität Berlin) e Wolfgang Kaleck (diretor do ECCHR).
Natural de Caxias do Sul, mas vivendo e trabalhando em Vitória, no Espírito Santo, Pagatini traz em sua obra uma pesquisa que se debruça sobre Rafael arquivos, investigando e levantando questões sobre a violenta história política do Brasil. Ele mostra as manipulações e estratégias de poder da ditadura militar brasileira (1964 – 85) e revela as continuidades das antigas estruturas.
Nesta exposição no ECCHR, Pagatini destaca o papel problemático dos atores corporativos, uma questão de “relevância duradoura hoje em tempos de Jair Bolsonaro”. Para o curador Diego Mattos, que assina o texto de crítico da exposição, “contra o colapso da memória que está e marcha, diante da pulverização de notícias falsas e da vontade de reescrita da história por parte da extrema direita e dos setores reacionários da sociedade, a escolha das imagens que são ponto de partida dos trabalhos não é meramente arbitrária, trata-se de um gesto político”.