Um dos artistas mais influentes da segunda metade do século 20, o pintor e escultor espanhol Antoni Tàpies (1923-2012) ganha uma pequena – porém potente – mostra na galeria Bergamin & Gomide, em São Paulo, entre os dias 12 de março e 27 de abril.
São 13 obras produzidas a partir dos anos 1970 que, segundo escreve o historiador Valentin Roma na apresentação da exposição, formam uma “antologia que transita por todas as vertentes mais substanciais do artista, pela escultura, tela, instalação e pelo papel. Também estão aqui todos os seus materiais prediletos: verniz, pó de mármore, espuma, madeira…”.
Tàpies, nascido em Barcelona no período entreguerras, desenvolveu um estilo abstrato próprio, que bebeu no surrealismo e nas obras de Picasso, Miró e Paul Klee, mas deu passos originais em outros sentidos. O catalão foi identificado também com o que se chamou de informalismo na Europa do pós-guerra – tendência que surgiu em paralelo ao expressionismo abstrato norte-americano.
O artista também ficou conhecido por sua preocupação social e engajamento ideológico. Opositor do ditador Francisco Frranco e grande defensor da cultura catalã, Tàpies teve uma longa trajetória diretamente relacionada aos grandes acontecimentos políticos do século 20 (Guerra Civil Espanhola, Segunda Guerra Mundial e Maio de 68, entre outros).
“A potência da obra de Tàpies se encontra na viagem que ela nos propõe, na sua travessia do apocalipse até a apoteose e vice-versa. Não há niilismo nas suas telas, objetos ou esculturas; ao contrário, há um convite, às vezes sutil e às vezes árido, para se reconectar com o mundo, para desordenar as ordens estabelecidas à nossa custa e através do nosso sacrifício”, escreve Valentin Roma.
Antoni Tàpies
Galeria Bergamin & Gomide – r. Oscar Freire, 379
Até 27 de abril