*Por Fábio Magalhães
Neste mês de novembro o edifício do MASP, projetado por Lina Bo Bardi, completou 50 anos. Hoje é um ícone da cidade de São Paulo, superando outros símbolos, como: o edifício do antigo Banespa, o Monumento às Bandeiras de Victor Brecheret e do edifício do Museu do Ipiranga. Mas Lina não tem nada a ver com isso, com ícones ou outros atributos simbólicos da metrópole paulista. Lina criou um edifício racional, com um enorme espaço flutuante – setenta metros de luz! – apoiado por quatro pilares sobre o terreno onde anteriormente havia o Trianon.
A cor vermelha veio depois. Veio para proteger a viga e os pilares de infiltrações. Houve polêmica na época da pintura, entretanto, hoje não podemos imaginá-lo sem essa cor. No MASP não só o edifício flutua, as pinturas dispostas em cavaletes de vidro parecem levitarem. Certamente o edifício é, em si mesmo, uma obra de arte relevante dentre as obras de seu magnífico acervo.
Quando John Cage visitou São Paulo e, ao ver o MASP, gritou – “É a arquitetura da liberdade!” Lina Bo Bardi concordou com a definição de Cage: “… quando projetei o Masp: o museu era um ‘nada’, uma procura da liberdade, a eliminação de obstáculos, a capacidade de ser livre perante as coisas.”
Não é à toa que o vão livre do MASP abriga as grandes manifestações populares da cidade. Lugar de encontro, de arte e de cultura, mas também de protesto e de sonho libertário.