A Bienal de Veneza anunciou na última semana a lista de artistas que participarão da exposição principal de sua 58ª edição, que acontece entre os dias 11 de maio e 24 de novembro de 2019 na cidade italiana. A mostra, intitulada “Que Você Viva em Tempos Interessantes”, tem curadoria do americano Ralph Rugoff – diretor da London’s Hayward Gallery e curador da Bienal de Lyon de 2015 – e terá 79 participantes.
O número é bastante inferior ao das últimas edições – foram 120 artistas em 2017 e 138 em 2015 – e apresenta uma paridade de gênero inédita, com quase metade de mulheres na lista. Chama atenção, também, que mais de um terço dos artistas sejam nascidos nos anos 1980.
Uma das grandes novidades da exposição é que ela estará dividida em duas partes, uma montada no Arsenale outra no Giardini, e todos os artistas estarão presentes, com diferentes trabalhos, nas duas seções. A ideia é criar uma mostra “multivalente e ricamente ambígua”, nas palavras de Rugoff, que trate de uma “realidade social dividida”. Segundo o curador, o tema da mostra é amplo justamente para abarcar a natureza complexa dos trabalhos, abertos para múltiplas leituras e com espaço para paradoxos e contradições.
Apesar do aparente otimismo, o título “Que Você Viva em Tempos Interessantes” remete a uma antiga maldição chinesa que desejava tempos de incerteza e turbulência. Desse modo, segundo Rugoff, a edição pretende abarcar temas ligados ao momento global de crise, precariedade e desconfiança. Não deixará, no entanto, de falar de possíveis alternativas, encontros, do prazer e da “aprendizagem criativa que a arte torna possível”.
A Bienal de Veneza reunirá, além da mostra principal, representações de 90 países (com curadorias próprias), além de mostras paralelas pela cidade. O Brasil, que não tem nenhum artista presente na exposição geral, apresenta em seu pavilhão nacional o trabalho de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, sob curadoria de Gabriel Pérez-Barreiro.