O artista chinês Ai Weiwei provocou ainda mais curiosidade entre os brasileiros após a mostra Raiz ter sido exibida na Oca do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, no último trimestre do ano passado, se estendendo até o janeiro deste ano. A individual, que tem curadoria de Marcello Dantas, agora ocupa o Museu Oscar Niemeyer (MON) em Curitiba. Além de receber Raiz, a cidade também hospeda a primeira mostra comercial e individual do artista da América Latina, na Galeria SIM/Simões de Assis.
No museu, a exposição abriu em 1º de maio e deve se estender até o dia 4 de agosto. Nela, as grandes obras que estiveram no Ibirapuera também chamam a atenção do público do Sul, como o grande barco que reflete sobre a crise dos refugiados (Law of the journey) e a grande escultura com bicicletas (Forever/Bicycles), esta última na parte externa do MON.
A união entre as galerias SIM e Simões de Assis, pai e filhos, para a individual, homônima, do artista evidenciam a importância de uma primeira vez do artista em galeria na América Latina. Na exposição, que vai de 14 de maio a 29 de junho, Ai Weiwei apresenta alguns trabalhos mais antigos, como esculturas de bambu e porcelana produzidas em 2009, mas também leva peças que produziu durante o processo de Raiz, mas que não figuram na exposição institucional: “O convite para Ai Weiwei vir ao Brasil era também um convite para uma interpretação e para a realização de novos trabalhos“, diz o texto das galerias.
Conhecido pelo teor polêmico de seus trabalhos, que trazem conteúdos sociais e políticos bem marcados, Weiwei não tem nenhum receio de unir seu trabalho como artista ao que desempenha também como ativista. Os trabalhos em couro que figuram nas duas exposições, por exemplo, possuem citações em inglês de autores que trabalhavam ou trabalham com essas temáticas.
Tendo produzido alguns dos trabalhos expostos em um período que passou no Brasil organizando a mostra, o artista entrou em contato com artesanatos regionais, como ex-votos feitos em Juazeiro do Norte. Ele solicitou para que os artesãos criassem bonecos em formas que remetem ao seu trabalho, como figas, zodíaco chinês e refugiados.
Confira texto de Maria Hirszman sobre Raiz, publicado na ARTE!Brasileiros 45. Clique aqui.