A Bienal de São Paulo está sob novo comando. Seu novo presidente, eleito na noite de terça-feira, 11, pelo Conselho da instituição, será José Olympio da Veiga Pereira. Diretor do Credit Suisse do Brasil, dono de uma das coleções de arte mais renomadas do país e atuante nos conselhos de diversas instituições de arte no Brasil e no exterior, Pereira deverá tomar posse no próximo dia 2 de janeiro, assumindo o lugar de João Carlos Figueiredo Ferraz, que havia se afastado no mês de setembro por questões de saúde.
A indicação de José Olympio acompanha uma renovação completa da Diretoria da Bienal e da nomeação para a vice-presidência de Marcelo Araújo, que tem ampla experiência na gestão museológica, amplo trânsito no circuito artístico nacional e era, até o último mês de agosto, presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Além de Araújo, a nova Diretoria Executiva conta com nomes como Andrea Pinheiro, Ana Paula Martinez, José Francisco Pinheiro Guimarães e Fernando Schuler.
Na reunião de terça-feira também foi referendado o nome de Julio Landmann para a presidência do Conselho de Administração da Bienal. Com presença ativa na instituição, Landmann foi responsável – como presidente da instituição – de uma das mais elogiadas edições do evento, a 24ª Bienal,realizada em 1998 sob curadoria de Paulo Herkenhoff e explorando o tema da antropofagia, o que amplia a expectativa em relação a uma possível abertura da Bienal a projetos curatoriais mais ousados ou com maior liberdade de experimentação. A nova equipe promete dar continuidade ao processo de profissionalização e saneamento de gastos iniciado há dez anos na instituição e apresenta como metas prioritárias estimular uma maior integração com acidade de São Paulo, por um lado, e com a cena internacional, por outro. A conexão com instituições estrangeiras têm sido o foco do trabalho de José Olympio como membro da direção atual. Foi ele quem propôs, em 2016, a
criação de um Conselho Consultivo Internacional para a Fundação, que ficou sob seu comando.
O mandado da nova direção e do novo Conselho será de dois anos, com
possibilidade de uma reeleição. Dentre as missões que terão adiante estão a
organização da itinerância nacional e internacional da 33ª Bienal de São Paulo,
a definição de como será a representação oficial do Brasil na 58ª Bienal de
Veneza – que tradicionalmente ficaria a cargo do atual curador geral, Gabriel
Pérez-Barreiro – e a preparação da 34ª Bienal de São Paulo, a ser realizada
daqui há dois anos.
A 33ª edição da mostra, que foi encerrada no último domingo, teve como
foco principal a descentralização do poder curatorial. Ao invés de um único
projeto centralizador, a exposição foi subdividida em diferentes núcleos,
concebidos por sete artistas curadores convidados por Perez-Barreiro. O
curador geral organizou ainda exposições complementares, contemplando a
obra de 12 artistas selecionados por ele. O resultado foi uma mostra bastante
heterogênea, mais vazia, menos voltada para questões politico-ideológicas do
que as edições anteriores e propositalmente voltada para uma relação mais
direta e tranquila entre o público e as obras expostas.