A pandemia do novo coronavírus resultou em uma grande mudança na dinâmica expositiva no mundo todo. Museus, galerias e feiras de arte investiram no digital e suspenderam a atuação física durante meses. Foi o que aconteceu com o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), que agora, após cinco meses fechado, reabre para o público.
No dia 12 de setembro, as visitações retornam, e consigo trazem uma série de novidades: um cuidadoso protocolo de segurança para os visitantes, outro horário de funcionamento e uma nova forma de ingressar e interagir com o museu: sem cobrança obrigatória de ingresso. “Estamos comprometidos em servir a comunidade, abrindo nossas portas para a visitação de todos. Por isso, o ingresso ao museu passa a ser gratuito com contribuição sugerida”, explica Fabio Szwarcwald, diretor executivo da instituição. Assim, o MAM Rio pretende se posicionar como um espaço inclusivo, que entende a conexão com a arte e a cultura como vitais para a saúde das pessoas. Dessa forma, pretende proporcionar um ambiente de trocas, onde as pessoas possam vivenciar o museu neste momento de retomada progressiva das práticas sociais que sucede o isolamento.
Isso vai de encontro com o que foi dito pelos novos diretores artísticos, Keyna Eleison e Pablo Lafuente, eleitos em agosto. Eles defendem a ideia de que é preciso criar uma relação mais orgânica com o museu, transformando-o de uma instituição visitada em uma habitada. “O MAM não é apenas o espaço demarcado pela sua arquitetura, é igualmente o parque que o acolhe, a passagem da Baía de Guanabara e as experiências daqueles que passam por esses locais. É necessário criar mecanismos que garantam a troca”, disse Lafuente (leia nossa reportagem sobre o anúncio dos novos diretores artísticos).
O que há para ser visto?
No mesmo dia da reabertura, há o início da mostra Campos Interpostos, que reúne cerca de 70 obras do acervo do museu carioca, de vertentes variadas, realizadas por mais de 50 artistas brasileiros e estrangeiros. A coletiva parte da articulação espaço-temática entre fachada e plano pictórico e, com curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, estabelece correlações que atravessam o conjunto da produção artística brasileira das últimas sete décadas. Nela, poderão ser vistos trabalhos de Willys de Castro, Alfredo Volpi, Nuno Ramos, Djanira, entre diversos outros artistas.
Além disso, as exposições que já estavam montadas antes da pandemia também serão retomadas. São elas: Wanda Pimentel, Poça/Possa, Alucinações à Beira Mar e Irmãos Campana – 35 Revoluções.
Para vê-las, pode-se optar por um simples passeio no museu – com contribuição voluntária – ou por uma das visitas agendadas. Neste novo momento, o MAM Rio oferece duas opções: a Visita Percursos no MAM e a Visita Petrobrás. A primeira é uma experiência especial para grupos fechados, que permite acesso exclusivo às exposições antes do horário de abertura do museu. A segunda, pensada para grupos de até 8 pessoas, é gratuita e oferecida pela Petrobras, mantenedora do MAM Rio. Ambas serão mediadas por educadores.
Após o horário de encerramento das atividades do museu, ainda há programação. Todas as noites, acontece a apresentação de Noite de Abertura, projeto inédito de Thiago Rocha Pitta. A obra, composta por uma escultura e um vídeo em projeção, cria uma fogueira imagética no espaço, aludindo aos incêndios reais e metafóricos que a cultura tem vivido no Brasil (leia a matéria sobre a obra). A criação consegue ser vista por quem passa pela região e é a primeira do Programa Intervenções, que ocupará as áreas externas do MAM Rio, e tem como próxima artista participante Carmela Gross.
Normal?
O mundo, porém, ainda não voltou à normalidade. Por isso, o museu elaborou um protocolo de segurança com diversas medidas sanitárias, prevendo aferição de temperatura na entrada, uso obrigatório de máscara, tapetes sanitizantes, distanciamento orientado, disponibilização de álcool em gel para os visitantes, entre outras medidas.
O espaço também conta com uma rigorosa rotina de sanitização e, antes da reabertura, realizou uma limpeza completa dos dutos de ar condicionados e troca de filtros. “Essa limpeza era algo muito complexo, pois leva meses para ser executada com qualidade. Agora, estamos entregando um ambiente mais adequado para todos os nossos visitantes, para a equipe do museu e para as obras, já que uma filtragem apropriada traz enormes benefícios na conservação dos acervos”, explica Fabio Szwarcwald.
Serviço
Horários de visitação do público:
Quinta e sexta, das 13h às 18h
Sábado e domingo, das 10h às 18h
Agende sua visita ou adquira o ingresso para Visita Petrobrás e Visita Percursos MAM