Abdias Nascimento: um artista panamefricano reúne 62 pinturas – desde o início de sua produção em 1968 até o ano de 1998 – do multiartista Abdias Nascimento, que foi dramaturgo, ator, escritor e diretor, além de ativista político e intelectual. Com curadoria de Amanda Carneiro, curadora assistente, e Tomás Toledo, curador-chefe do MASP, a exposição está inserida no biênio dedicado às Histórias Brasileiras no museu. A mostra enfatiza o repertório de ideias, cores e formas do movimento pan-africanista, com noções, fontes e imaginário latino-amefricano – termo cunhado por Lélia Gonzalez (1935-1994), amiga e interlocutora política e intelectual do artista e formuladora do conceito de amefricanidade para se referir à experiência negra na América Latina.
Já Volpi popular traz cerca de 100 trabalhos de Alfredo Volpi que oferecem ao público um olhar panorâmico acerca da complexa e diversa prática do artista. Organizada no 1º andar da instituição, a mostra se divide em oito núcleos que acompanham as diferentes temáticas de produção de Volpi: Cenas urbanas e rurais; Santas e santos; Retratos; Marinhas e temas náuticos; Fachadas; Bandeirinhas, mastros e faixas; e Temas lúdicos. Com curadoria de Tomás Toledo, esta é a terceira mostra de uma série de individuais que o museu vem organizando em torno de artistas modernistas brasileiros canônicos do século 20, cujos trabalhos denotam o emprego de referências populares. A primeira mostra dessa série, Portinari popular, foi apresentada em 2016 e a segunda, Tarsila popular, em 2019, que se tornou a exposição mais visitada da história do museu.
Por fim, a exposição Sala de vídeo: Letícia Parente, apresenta cinco trabalhos fundamentais para o entendimento da carreira de Parente, artista, pesquisadora e pioneira da videoarte no Brasil. São eles: Eu armário de mim (1975), In (1975), Marca registrada (1975), Preparação I (1975) e Preparação II (1976). Através dessas obras é possível perceber como – utilizando-se de elementos do cotidiano, como o armário, a linha, a agulha e a fotografia – Parente elaborou campos de experimentações que aproximam a vida íntima às questões da sociedade. A mostra tem curadoria de María Inés Rodríguez, curadora-adjunta de arte moderna e contemporânea do MASP, e se insere na programação já tradicional da Sala de vídeo do MASP, em que se propõe o aprofundamento em produções audiovisuais no âmbito da produção artística.
Doutora em química, Letícia Parente desenvolveu seu interesse pela arte em paralelo ao trabalho científico e começou a se dedicar à prática artística desde a década de 1970, ao migrar de Salvador para o Rio de Janeiro. Em contato com artistas como Anna Bella Geiger, Ana Vitória Mussi e Sonia Andrade, encontrou na arte uma via para a liberdade de expressão em meio ao contexto repressivo da ditadura civil-militar.
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