Com 19 obras bastante representativas de sua trajetória de mais de 30 anos, a artista carioca Adriana Varejão apresenta no MAM-BA, em Salvador, a mostra Por uma Retórica Canibal. Com curadoria de Luisa Duarte, a exposição reúne trabalhos produzidos entre 1992 e 2016, e deve circular por outras cidades do país até o fim do ano.
A produção de Varejão, centrada em grande parte em uma revisão histórica do colonialismo, escancarando suas violências e atrocidades, ganha força especial ao ser exposta no Solar do Unhão, um conjunto arquitetônico antigo restaurado por Lina Bo Bardi nos anos 1960. “Salvador e Cachoeira são cidades fundamentais na construção da minha obra. Nessas cidades, eu encontrei referências importantíssimas do período barroco que usei em muitos de meus trabalhos, especialmente nos que se referem à azulejaria”, afirma Varejão.
Com azulejos rasgados que expõem em suas entranhas vísceras, carne, órgãos e sangue, a artista traz à luz histórias ocultas, pouco visitadas pela história oficial. Segundo o texto curatorial: “A seleção de trabalhos revela ainda a rede de influências que atravessa a obra da artista: do barroco à China, da azulejaria à iconografia da colonização, da história da arte à religiosa, do corpo à cerâmica, dos mapas à tatuagem, vasto é o mundo que alimenta a poética de Adriana Varejão”.
É a primeira vez que Salvador recebe um conjunto significativo de obras da artista, que já expôs em diversas cidades do mundo e tem obras em instituições como o Metropolitan Museum of Art e o Guggenheim Museum em Nova Iorque, a Tate Modern em Londres, a Fondation Cartier em Paris, o centro Inhotim em Brumadinho, o MAM de São Paulo, o MAR no Rio de Janeiro e o Stedelijk Museum em Amsterdã, entre outros. A mostra fica em cartaz até 15 de junho e seguirá para outras cidades fora do eixo Rio-São Paulo.
Adriana Varejão – Por uma Retórica Canibal
De 17 de abril a 15 de junho de 2019
Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) – Av. Contorno, s/n, Solar do Unhão, Salvador
Gratuito