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ENTREVISTA  ANNE LAFONT











                                    Para a historiadora francesa Anne Lafont, as
                                    discussões em torno da representação dos corpos
                                    negros e os movimentos decoloniais inevitalmente
                                    devem “atrapalhar a ordem estabelecida”

                                    por eduardo simões




            “O DEBATE TENTA FAZER


            BARULHO, PROVOCAR


            DISSONÂNCIA E DISTINÇÃO”


















                   autora dos livros Uma africana no Louvre e A arte
                   dos mundos negros: História, teoria, crítica, recém-lan-
                   çados no Brasil pela Bazar do Tempo, a historiadora
                   francesa Anne Lafont esteve em São Paulo em agosto,
                   a convite do MAC USP, para ministrar uma disciplina
                   de pós-gradução, patrocinada pela Terra Foundation.
                   Na ocasião, Lafont nos deu a seguinte entrevista:

                           –  Conte-me um pouco sobre o impacto do
                   seu livro Uma africana no Louvre sobre o público,
                   em torno da questão da representação do negro
                   na arte. Houve algum desdedobramento de seus
                   estudos por parte de outros pesquisadores? Refle-
                   xos em instituições, principalmente na França, ou
                   talvez noutros países europeus? Elas repensaram
                   a forma como formulam suas práticas curatoriais
                   para suas coleções?                                                                            CREDITO IMAGENS XXXXXXXXXXXX
                      Anne Lafont – Partimos de uma ideia um tanto sim-
                      ples da representação do negro nas artes plásticas,
                      principalmente na Europa e na França, e acabamos

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