Page 59 - ARTE!Brasileiros #37
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pedras irregulares, de toneladas, que trouxeram
                     com enorme força a história e a geologia da cidade,
                     situada onde já foi uma bacia marítima há 45
                     milhões de anos. A partir daí, em parceria com o
                     Palais de Tokyo de Paris, a Rocamat Pierre Natu-
                     relle, que cedeu as pedras brutas, a France-Lanord
                     & Bichaton, uma fábrica de restauro em Nancy que
                     se transformou no seu ateliê, e a colaboração da
                     Construtora Bouygues Bâtiment Île-de-France,
                     que cedeu equipamentos pesados para a logística
                     operacional, o projeto delicadamente planejado
                     ocupou as fontes e escadarias do Palais de Tokyo
                     e do Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris.


                     SAM PROJECTS
                     Residente há mais de 25 anos em Paris, Sandra
                     Hegedus Mulliez criou uma forma muito particular
                     de mecenato. Com investimento pessoal,  excelente
                     gestão de parcerias e uma ampla rede de cola-
                     boradores, viabiliza bolsas e o desenvolvimento
                     de projetos sites specifics na França e em outros
                     países do mundo.
                     “A SAM Projects não tem um espaço próprio, a ideia
                     é fazer parcerias com espaços públicos, como, por
                     exemplo, o Palais de Tokyo, que está investindo
                     pesadamente em arte contemporânea, e junto a
                     eles criar a oportunidade de apresentar trabalhos
                     inéditos de artistas jovens, mas com uma carreira
                     sólida. Não tenho uma recompensa econômica com
                     isto, nem fico com obras do artista em contrapar-
                     tida. Para mim, o verdadeiro prazer está em poder
                     acompanhar os projetos desde a idealização até
                     o fim”, diz Sandra.
                     A organização tem um comitê de seleção de projetos
                     que discute todo ano os artistas e o prêmio que eles
                     concedem. Em média são quatro artistas por ano
                     para os projetos que têm um tempo de maturação
                     e execução diferente. O investimento é da ordem
                     dos 400 mil euros por ano. Já participaram da
                     iniciativa os artistas argentinos Eduardo Basualdo,
                     Ana Gallardo, Adrián Villar Rojas e os brasileiros
                     Henrique Oliveira e agora Rodrigo Braga.



                                         NIMPHE  COUCHÉE  (1937),  LÉON  DRIVIER.
                                         OBRA ENCOMENDADA PARA A EXPOSIÇÃO
                                         INTERNACIONAL DE 1937 NOS JARDINS DO MUSEU






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