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FOTOGRAFIA DA SÉRIE MUCURIPE, CHICO ALBUQUERQUE


                     percepção do espaço e das condições em que vivemos”.   da fotografia no desenvolvimento de uma visualidade
                      Além da cidade, há uma outra perspectiva tendo em   local moderna e de uma identidade cultural inscrita e
                     vista o caráter formador e pedagógico que tanto inte-  ressonante no imaginário nacional, sobretudo a partir
                     ressa a Silvio Frota e que privilegia a criança e seu   da segunda metade dos anos 1940”.
                     universo. “Sobre crianças” se apresenta como um   Desta maneira, fotos de Pierre Verger, Marcel Gauthe -
                     mosaico da vida infantil: junto às famílias, aos amigos,   rot, Jean Manzon e José Medeiros nos apresentam um
                     nas escolas.Também como retrato de vítimas de vio-  recorte da fotografia brasileira e do Brasil. Atravessam
                     lência. “As fotos são apresentadas como fragmentos,   a forma como essa região tão rica ficou conhecida pelos
                     evocações de um imaginário comum, a serem ordenados  brasileiros a partir dos anos 1940 e 1950 e muitas vezes
                     e interpretados pelos visitantes, em particular crianças   pelas páginas de revistas como O Cruzeiro e Manchete.
                     e escolares com suas famílias, conforme a experiência   O grande homenageado, com uma sala especial, não
                     e o histórico de cada um”, diz.                   poderia deixar de ser Chico Albuquerque (1917-2000).
                     Já o primeiro andar é dedicado a novas aquisições: “Não  Reconhecido como o primeiro fotógrafo de publicidade
                     há um ‘a priori’ curatorial, além da escolha, dentro da   no Brasil, em 1948, Seu Chico, como ele era conhecido,
                     coleção, das obras em relação às representatividades de   também foi fotógrafo de cena do filme It’s all True (É
                     autores, de nacionalidades e de gerações”, diz Mesquita.  tudo verdade), de Orson Welles, de 1942. Também foi
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                     O segundo andar é dedicado aos fotógrafos e foto-  mentor de um grupo de fotógrafos  que se tornou refe
                     grafias do Nordeste. Nada mais natural do que a cole-  rência no Brasil, como Celso Oliveira, Tiago Santana e
                     ção Paula e Silvio Frota ter em seu acervo inúmeras   Ed Viggiani, no começo dos anos 1980, quando ajudou
                     imagens da região e também do Norte: “Constitui um   a formar uma equipe de fotojornalismo para o jornal O
                     amplo repertório de referências – fotógrafos, artistas,   Povo, em Fortaleza. Uma bela homenagem – neste ano,
                     temas, arquivos – que informam sobre o fundante papel   comemora-se o centenário de nascimento de Seu Chico.


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