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BANHISTAS (1799) NICOLAS-ANTOINE TAUNAY
Príapo (c. 1634-1638), de Nicolas Poussin (1594-1665), o de Araújo Porto-Alegre (1806-1879). Ele participa da
“primeiro intérprete da cultura neoclássica moderna”, exposição com seis trabalhos, um deles um retrato de
como aponta Marques no catálogo da exposição. Debret, de 1818, que foi seu professor na Academia
“Essa pintura nunca fui exibida no Rio de Janeiro e, Imperial de Belas Artes, e com quem viajou à França,
desde que começamos a pensar nessa mostra, a pre- quando do retorno do mestre ao Velho Continente.
sença de um Poussin era incontornável”, afirma Perlin- Porto-Alegre, em geral conhecido como pintor de pai-
geiro. A obra pertence ao Museu de Arte de São Paulo sagens, é considerado o primeiro crítico e historiador
(Masp) e foi restaurada em 2009, por conta do ano de arte no Brasil e chegou a dirigir a Academia de Belas
da França no Brasil. No País, não é conhecido outro Artes, entre 1854 e 1857.
trabalho do artista, segundo os curadores. Por meio de correlações desse tipo, a mostra, mesmo
Segundo Maria Eduarda Marques, toda a prática acadê- que discreta, ganha em intensidade, mas, para um
mica da pintura clássica que vai se instaurar no Brasil evento tão marcante, é pouco. Cadê o Museu de Belas
tem influência de Poussin, já que seu estilo “passou Artes nesse debate?
a ser adotado pelas academias de arte desde o final
do século XVIII”. A Missão Artística Francesa e Seus Discípulos
Assim, a mostra apresenta não só pinturas que retratam Até 26 de novembro
essa influência no grupo que aportou aqui há 200 anos, Pinakotheke Cultural
como em duas pinturas de Nicolas-Antoine Taunay, mas São Clemente, 300, Rio de Janeiro, RJ
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também em discípulos deles, especialmente Manuel
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