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A artista se reinventa a cada exposição, sem deixar de lado o traço psicodélico que baliza sua personalidade
no catálogo que a ideia de realizar uma exposição de cena artística portenha da época, dominada por artistas
Minujín vem desde 2018, quando a artista participou da vestidos de tweed e gravata. Abrindo caminhos, Marta
coletiva Mulheres radicais: arte latino-americana, 1960- inventou sua maneira de lidar com a arte e com o sistema.
1985, organizada por Cecilia Fajardo-Hill e Andrea Giunta. Entre vários trabalhos em exposição na Pinacoteca
A exposição inaugural de Minujin foi em 1959 no destaca-se El Batacazo (1965), por ter sido premiado no
Teatro Agón, em Buenos Aires, quando ela tinha apenas Instituto Di Tella de Buenos Aires (1963/1969), quando
16 anos. Dois anos depois obteve bolsa de estudos do o espaço era o epicentro da vanguarda argentina e
National Endowment for the Arts o que lhe permitiu por onde passaram celebridades internacionais. De
fixar-se em Paris, onde iniciou as estruturas habitáveis, happenings, às instalações e ambientações, quase
cobertas por colchões encontrados entre os resíduos nada escapou da programação desse icônico instituto
dos hospitais parisienses. Em 1963 criou La Destrucción, que pulsava em plena Calle Florida. O Prêmio Interna-
seu primeiro happening, quando reuniu obras com col- cional Di Tella transformou-se em vitrina para o mundo
chões e convidou colegas para destruí-las. Era o início da arte, quando a instituição fazia ponte com museus
de uma vida agitada com experiências internacionais importantes como o Moma e galerias influentes, como
performáticas que lhe permitiram, ainda jovem, criar a do marchand Leo Castelli, em Nova York. Com essa
uma voz feminina inovadora na competitiva e fechada premiação, Minujín chamou a atenção de Aldo Pellegrini,
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