Page 34 - ARTE!Brasileiros #37
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BIENAL DE SÃO PAULO REPORTAGEM
ACIMA, SKATISTA ANDA NA INSTALAÇÃO ARROGATION, DA ARTISTA SUL-COREANA KOO JEONG-A.
NA PÁG. AO LADO, VISITANTES OBSERVAM A INSTALAÇÃO CLOSE-UP, DA ARTISTA ZAMBIANA ANAWANA HALOBA
visitantes demonstram desinteresse, outros se entrada no espaço expositivo, que pela primeira
detêm longo tempo em cada obra. Saber ao certo vez não possui catracas ou detectores de metais,
o grau de contentamento do público com a mostra certamente contribuiu para este aumento.
seria tarefa impossível, ou algo viável apenas com Uma das obras que atraem grande público – e não
uma grande pesquisa de satisfação, mas talvez não entra nas contagens por estar no espaço externo
seja isso o mais importante em uma Bienal (leia – é a pista de skate (ou escultura “skatável”) con-
artigo de Fabio Cypriano na página 40) – “uma cebida pela sul-coreana Koo Jeong-A, que recebe
Bienal não é um parque de diversões”, comentou diariamente centenas de praticantes. “O mais
um artista perguntado sobre o assunto. maluco é que não é exatamente uma pista, mas
De qualquer modo, o número recorde de visitações um trabalho de arte”, comenta o skatista profis-
na 32ª Bienal de São Paulo parece mostrar que sional Felipe Foguinho, ao lado da obra, lembrando
a edição, que vai até 11 de dezembro, está tendo que a demanda pela construção de uma pista no
boa recepção. Em menos de dois meses (setembro Parque Ibirapuera é antiga. “Teve que vir uma
e parte de outubro) 500 mil pessoas passaram coreana, lá do outro lado do mundo, para mostrar
pelo pavilhão, sendo que nas últimas três edições como o skate é uma coisa notável. Ninguém queria FOTOS MARCOS GRINSPUM FERRAZ
o número total de visitantes variou entre 470 e ver. E isso é uma evolução para nós, para mostrar
535 mil pessoas, em três meses. A facilidade de como o skate atrai gente, dá movimento ao local.
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