Page 36 - ARTE!Brasileiros #37
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BIENAL DE SÃO PAULO  RACHEL ROSE







             FRAGMENTOS


             E APROPRIAÇÕES



             MAGNETIZAM


             VÍDEOS DE



             RACHEL ROSE





             A MINUTE AGO E EVERYTHING AND MORE
             MESCLAM TRABALHOS JÁ REALIZADOS
             POR OUTROS AUTORES PARA CHEGAR
             A UMA OBRA DINÂMICA E CRIATIVA


             POR LEONOR AMARANTE


             O COMPUTADOR SUBSTITUI O IMAGINÁRIO
             como campo de investigação? Rachel Rose, autora
             da videoinstalação A Minute Ago, obra marcante
             desta 32ª Bienal de São Paulo, entende a arte
             também como um campo de trocas entre o homem
             e a tecnologia. A norte-americana se apropria de
             obras já existentes para criar uma narrativa visual
             fragmentada, com planos rápidos e contínuos,
             próprios da percepção do homem contemporâneo.
             A Minute Ago é um bom exemplo da arte destes
             tempos de pós-produção (tratamento dado a um
             material, como montagem, acréscimo de outras
             fontes visuais ou sonoras ou os efeitos especiais).
             Rachel resgata um filme retirado do YouTube,   o próprio corpo. Essa casa, inspirada literalmente
             que mostra um grupo de banhistas em uma praia   em um projeto de Rohe, de 1930, tornou-se um
             tranquila apanhado de surpresa pela mudança de  ícone da modernidade arquitetônica. A construção
             tempo e sua reação à forte tempestade de granizo.  reina absoluta e solitária em um espaço de 50 hec-
             Outro fragmento de obra escolhido por Rachel   tares de pura natureza. O “aquário” sem paredes
             para compor seu vídeo é a icônica Casa de Cristal,   internas, onde apenas o banheiro tem intimidade
             construída em 1949 pelo arquiteto Phillip Johnson,  preservada, e praticamente sem móveis, exibe o
             cujo conceito básico é da Casa Farnsworth, de Mies   quadro Burial of Phocion, de Nicolas Poussin, de
             van der Rohe, mas com diferenças como simetria e  1648, uma paisagem clássica retratada por ele,
             assento terra. Em imagem holográfica ele aparece   cujo enquadramento é idêntico ao da topografia
             dentro da “caixa de vidro” medindo o espaço com   do terreno escolhido por Johnson.


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